top of page

Minhas narrativas

Destaque

Como a escola formou o meu eu leitor

       Bem, tudo começou quando eu tinha por volta dos 9 anos, como minha mãe era bem rígida e eu tinha fortes tendências a ser preso(era uma criança bem levada) se ficasse na rua por muito tempo minha rotina era escola pra casa, na minha casa só tinha a bíblia e no quarto da minha irmã tinha uns contos dos irmãos Grimm, mas eu fui proibido de ir lá por ter quebrado um perfume dela, só me restou ler a turma da Mônica(tinha uma coleção) e 2 quadrinhos do Arqueiro Verde  era essa minha rotina em casa, quando eu fiz 13 anos me mudei e conheci um vizinho que tinha um livro do Drácula, foi o primeiro, dele peguei também uns três do Nietzsche, até hoje tenho em casa, no colégio ler era sinônimo de ser ''cult'' e então eu levava os livros e lia na hora do intervalo(as meninas gostavam) nesse momento entrou um professor novo de português no colégio com uma forma diferente de ensinar, era fantástico a forma de cativar as pessoas a querer saber mais e mais então ele me apresentou a Memorias póstumas de Brás cubas, O Cortiço e Os sertões, então chegou meu terceiro ano mudei de escola de novo, conheci outro professor que era fissurado por Game Of Thrones e sempre incentivava as pessoas a lerem os livros.

 

 

Narrativa digital, que teve como tema ''a leitura nas escolas''

Narrativa 3

   Foi complicado convencer minha avó a falar. Ela é bem tímida e cabeça dura (acho que isso eu puxei dela), mesmo assim fui à luta e consegui uma entrevista com a Cícera Gomes da Silva (setenta e nove anos), carinhosamente chamada de Dona Ciça, minha vó. Perguntei a ela como era na época em que estudava, como foi sua experiência de leitura, como ela lidava com as novas tecnologias e como ela vê a juventude hoje em dia.

   Começo perguntando qual o grau de escolaridade dela e como foi a juventude, dona Ciça  contou que tinha onze irmãos na época, e andou por essa Alagoas todinha com a família do pai, nasceu em Atalaia, e com as constantes viagens e mudanças ela não teve uma base sólida no aprendizado. Apesar disso, concluiu o ensino médio. Disse que já leu alguns livros, mas só recorda algumas passagens da bíblia (solto uma piadinha dizendo que essa não vale, quase apanhei...) e, aliás, segundo a mesma ela já leu a bíblia 5 vezes. Ela contou que, à época, preferiu virar feirante (porém se eu pensar em faltar a aula ela me mata). Aos dezenove anos, se mudou pra Rio Largo e construiu sua casa e criou suas duas filhas.

   Ela disse que com a idade chegando e a memória se esvaindo, ela criou o hábito de escrever as coisas para não esquecer.  Tem um monte de agendas pequenas escritas. É quase sistemático, se ela sonhou algo ela escreve, se leu algum versículo que gostou lá vai ela escrever.

   Pergunto para ela sobre como ela lida com esse mundo globalizado (lembro a ela que ela quase botou fogo na casa, quando colocou algo que não podia no micro-ondas ela ameaça dar em mim de novo). Ela começa falando que por um lado é bom que aumentou a comunicação, por exemplo, ela conseguiu contato com um irmão que morava em São Paulo há mais de vinte anos, mas por outro disse que na mesma medida que junta as novas tecnologias afastam as pessoas e citou eu como exemplo, ‘’esse menino não joga mais bola na rua, não pisa mais no chão, só quer saber desse computador’’ e acrescentou dizendo que sente falta dos botões ‘’como posso fazer uma ligação se não tem botão nesse troço aqui’’ apontando para o celular.

   Ela vê a juventude hoje em dia mais folgada e independente, outra vez me cita como exemplo, ‘’ Esse buraco na orelha, na minha época não tinha isso, se chegar aqui com uma tatuagem não vai passar da porta’’, continua sua afirmativa dizendo que falta para os jovens de hoje colocar a mão na massa, se sujar, usar a independência adquirida para mudar o mundo.

Tags
bottom of page